quarta-feira, 27 de maio de 2009

Amor, Sexo, Drogas e Outros Assuntos Tensos no RPG

Eu li um post no Pensotopia e pensei em responder com um comentário, porém ia ficar muito grande então resolvi criar um post resposta.

No post original é comentado como o amor e sexo afeta o RPG e lembrei de várias aventuras onde mestrei que envolviam esse tema e gostaria de comentar esses casos e minha visão sobre o assunto. Mas não deixem de ler o post original que vale muito a pena! =)

Silverleaf Halfmoon e Layala

Um amigo meu jogou em uma campanha, que eu mestrei, com um elfo mago,  guerreiro de tendência justa. Bom, ele era justo, pelo menos até ele se apaixonar pela ladra Layala. Por muito tempo ele tentou mudar em vão a natureza da humana gatuna mas acabou desistindo e quem mudou de tendência foi ele. Ele teve filhos com ela, inclusive um que virou rei ao se casar com a filha do antigo rei.

Gan e Kaelin

Eu em uma campanha mestrada por um amigo meu também tive um personagem que se apaixonou. Gan era um mago humano e ela uma elfa sacerdotiza. Nosso relacionamento começou complicado pois meu personagem tinha problemas em controlar a magia e quase a matou quando se conheceram (ooops).
Mas com o tempo as coisas se ajeitara, e o relacionamento andou. Apesar de Zortan, um velho amigo de Gan e sacerdote do grupo, também ser apaixonado por Kaelin o que render uma relação complicada entre os três até Zortan se apaixonar novamente por uma humana.
No fim, Gan teve um filho com a elfa.

Zortan

Não me recordo direito o nome da humana por quem ele se apaixonou mas foi ela a responsavel por ter tirado Zortan da obcessão pela Kaelyn. O relacionamento dos dois também foi complicado, ela era rica e importante na politica, ele um sacerdote sem posses. Ela era neutra, ele era justo. Mas pelo que lembro, acabou dando certo boa parte do tempo.

Interpretação:

Cada grupo é de um jeito, agora eu estou mestrando para dois grupos. Um é formado de casais e ter relacionamentos complica, pois é bem provável rolar ciúmes (por mais que seja virtual), a menos que ocorra um romance entre os personagens dos jogadores, não envolva npcs e não envolva o relacionamento de um PJ com o de outro PJ de outro casal (óbvio). Resumindo, aqui o Silvio diria que é amizade e não namoro.

No outro grupo é mais fácil pois a maior parte do grupo é homens e suas esposas não jogam. Outro dia um elfo foi para um prostíbulo e rolou um romance ali no bordel com uma das prostitutas. A prostituta acostumada com humanos e orcs não resistiu ao charme do elfo, ela até chegou a deixar o trabalho por se apaixonar pelo elfo e querer ter o filho dele (ela engravidou após uma rolagem de dados).

Sexo:

Sempre vou levando a aventura até onde o clima do jogo permite, claro que não irei narrar no mínimos detalhes uma cena de sexo. Mas o suficiente para o jogador saber como foi, e também o suficiente para ele não ficar constrangido (e ninguém da mesa). O mestre tem que ser muito sensível para não abusar da narração, afinal o jogo deve divertir a todos.

Outras Situações Tensas:


Todos já tiveram um amigo, irmão, pai, parente mortos. Geralmente o mestre nem é tão descritivo, esse tipo de coisa é comum e as vezes faz um personagem normal ter motivação para virar um herói. Mas as vezes vou mais longe.

Um personagem de um amigo meu, que virou um guerreiro do deus da Justiça, teve como motivação a ira que ele tinha do pai. Quando criança, cena narrada na 1a aventura, ele sabia que seu pai batia tanto nele quanto na irmã. Sua mãe era morta e seu pai um bêbado. Porém ao voltar um dia da cidade para casa, presenciou o pai estuprando sua irmã e num ataque de ira ele quase matou seu próprio pai, e só não o fez porque foi impedido por um NPC. Percebi que pela frieza do pai do PJ, e pela riqueza de detalhes, que o jogador ficou desconfortável mas numa quantia suficiente para ele entender o drama e se agarrar na raiva ao pai para seguir seu deus.

Outra situação aconteceu na última sessão. Minha mesa teve wipe pois todos foram capturados por um halfing psicopata, eles criaram novos chars e começaram a jogar 5 anos depois. Depois de algumas aventuras, eles se encontraram com o mesmo halfling e acabaram se encontrando com a única sobrevivente do antigo grupo, uma elfa que durante 5 anos foi torturada, fisica e psicologicamente de todas as formas imagináveis. Fiquei preocupado em narrar isso já que foi uma personagem do grupo, mas por outro lado o personagem vilão não poderia ter agido de forma menos horrível e virou uma oportunidade única de fazer os personagens novos entenderem com quem estavam lidando, sem misturar a raiva dos jogadores com o desconhecimento dos novos chars. Agora, tanto jogadores quanto os novos chars tem mais raiva ainda dele e jamais tive um vilão tão odiado.

Usar fobias, medo e coisas assim contra os jogadores deve ser feito com cuidado, mas quando bem feito, gera personagens únicos, motivações sem igual. E quando os jogadores vencem esses desafios, a satisfação vai bem além do XP ^^

Drogas:

Como citei acima, usei um pai bêbado. Mas não foi a única vez que as drogas e alcool tiveram presentes no jogo de RPG onde joguei. Jogando Trevas com amigos meus, interpretei um personagem que fumava um cigarro no final do anterior, eu não fumo mas meu personagem era uma chaminé.

Em outra situação, um personagem do jogador era um orc alcolatra e o vício dele foi levado para o humor. Até que souberam a origem do problema dele, que era ligado ao trauma de ter perdido um amigo.

Conclusão:

Usar elementos assim de vez enquando, tornam as aventuras extremamente mais reais e os personagens mais interessantes. Claro que o exagero vira um conto de Nelson Rodrigues e não é o que queremos, tem que usar na medida certa. E o Mestre nunca pode se negar a desistir de algo caso sinta que houve muito constrangimento dos jogadores, afinal errar é humano mas persistir é burrice.

Então use, mas use com sabedoria porque não é fácil, mas quem disse que ser Mestre é fácil? ^^

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